domingo, 25 de abril de 2010

''Epidemia de cesáreas'' contamina índias



Índice desse tipo de parto em hospitais de duas regiões do País está acima da média recomendada pela OMS



23 de abril de 2010
 Domingos, ENVIADO ESPECIAL / ALTAMIRA - O Estado de S.Paulo


Epidemia entre as mulheres brancas, a cesárea alcançou as índias. Embora o parto normal ainda seja predominante (87%) entre as índias, as cesarianas são cada vez mais frequentes, principalmente quando o nascimento ocorre num hospital. Nessa situação, corresponde a 22,1% dos nascimentos de índios nas Regiões Sul/Sudeste e 23,2% no Nordeste. O índice máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 15%. No ano passado, de todos os partos realizados na rede pública, 34% foram por cesariana.

Embora tenham rejeição cultural à cesárea, índias da região do Xingu, no sudoeste do Pará, têm se submetido muito a essa intervenção. A explicação de médicos e enfermeiras se baseia em dois fatores: o corpo quase infantil das mães, que engravidam a partir dos 11 anos, e o grau de parentesco com os pais.

Das 18 aldeias atendidas pelo sistema de saúde de Altamira, com uma população em torno de 2,5 mil indivíduos, a maior ocorrência de cesáreas está entre os Araras, que vivem nas margens do Rio Xingu, a cerca de 50 quilômetros. Como a população da aldeia é pequena, o casamento consanguíneo é comum entre eles, assim como a gravidez em idade infantil.


Winik Arara, de 19 anos, está grávida do terceiro filho. Este nascerá por intermédio de uma cesárea, assim como ocorreu com os dois anteriores. O primeiro, hoje com 6 anos, nasceu quando ela tinha 13. O segundo já está com 3 anos. Embora com três filhos, Winik tem corpo e rosto de criança.
Também da mesma aldeia, Tagati, com 16 anos, ainda convalesce da cesárea a que se submeteu para dar à luz o primeiro filho. Ela tem o rosto um pouco mais adulto do que o da colega. Sua saúde, porém, não está boa. Encontra-se muito pálida. Já um pouco mais velha - 35 anos -, Kokemã, também arara, está no quinto filho, que nasceu por intermédio de uma cesárea.
Todas elas estão sendo atendidas na Casa de Assistência ao Índio (Casai), em Altamira, mantida pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa). Enfermeiras cuidam dos doentes quando a situação não é grave. Em caso de emergência, eles são encaminhados para o Hospital Municipal.

Duas das enfermarias desse hospital atendem somente a população de origem indígena. As camas foram retiradas para que eles ponham lá suas redes. Assim que os partos por cesárea são feitos, as mães e os bebês são levados às redes, onde ficam até receber alta. Aí, são encaminhados à Casai. No mesmo hospital há um cartório, onde as mães podem tirar gratuitamente a Certidão de Nascimento dos filhos.
Arlinda de Souza, diretora do Hospital Municipal, disse que o Sistema Único de Saúde (SUS) repassa R$ 4,8 mil por mês para a instituição cuidar dos índios nas horas de emergência. Para ela, a verba é pequena, porque o hospital não cuida só dos partos, mas de todo tipo de atendimento. E às vezes há surtos de doença numa aldeia, como dengue.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100423/not_imp541945,0.php

Episio e Massagem de Períneo

O Que é Episiotomia? 
A episiotomia é um procedimento cirúrgico feito no períneo: região muscular que fica entre a vagina e o ânus. O corte é feito durante o parto normal para aumentar o espaço de passagem do bebê e assim facilitar sua saída. É realizado utilizando-se de anestesia local caso a mulher ainda não estiver anestesiada.
Esse procedimento sempre foi realizado de forma rotineira mas os estudos apontam que é preferível ter uma laceração espontânea do que realizar uma episio, esta que pode trazer o risco de trauma, infecções, hematomas e dor.

"A laceração é um rompimento orgânico dos músculos perineais para permitir a passagem do bebê. Por respeitar o desenho natural do tecido a recuperação do mesmo é muito mais rápida e os traumas infinitamente menores se comparados com uma episiotomia." (Blog Mamíferas)


O que pode ser feito?


A massagem perineal tem sido muito eficaz na diminuição de lacerações durante o parto. 
Essa massagem proporciona, além de uma preparação fisiológica do tecido um contato maior com o próprio corpo, um reconhecimento das sensações e movimentos dos músculos dessa região.
Ter a percepção das áreas do corpo que vem sendo transformadas durante a gravidez ajudarão como um todo no momento do parto, a consciência corporal traz a auto-confiança. Estar confortável com o próprio corpo é um ponto positivo para manter a tranquilidade em todas as fases do trabalho de parto e parto.
A hora da massagem é muito especial, o companheiro também pode participar, assim o casal pode compartilhar de um momento de muita intimidade e aprendizado! O importante é relaxar, manter a respiração fluída e experimentar!


- MASSAGEM DE PERÍNEO




- Encontre um lugar onde se possa sentar e estar sozinha, ou com seu parceiro, ininterruptamente.


 
- Tente ver seu períneo com ajuda de um espelho, note como ele é. Nem sempre será necessário um espelho para essa tarefa!

 
- Pode usar compressas com toalhas mornas no períneo por 10 minutos, ou tomar um banho morno (de banheira, assento, ou chuveiro, em último caso), caso precise relaxar.

 
- Lave as suas mãos e peça ao seu companheiro para fazê-lo também, caso ele a ajude nas massagens.

 
- Lubrifique seus dedos polegares e o períneo. Você pode usar muitos tipos de lubrificantes: Gel Lubrificante Íntimo (encontrado nos hipermercados e farmácias), KY Gel®, óleo de vitamina E, óleo vegetal puro (óleo de semente de uva é uma boa indicação!), etc.

 
- Coloque seus dedos polegares um pouco dentro de sua vagina, empurre-os para baixo e pressione para os lados. Deve sentir um leve estiramento, formigamento, ou uma leve queimação, mas nada que seja dolorido. Mantenha esse movimento por 2 minutos ou até que região fique levemente adormecida.

 
- Se sofreu uma episiotomia ou lacerações prévias, preste especial atenção ao tecido de cicatrização que, geralmente, não é tão elástico e é onde a massagem deve ser feita mais intensamente, com cuidado.


- Massage em volta e por dentro da região mais externa da vagina e seus tecidos, onde ela se abre, e mantenha sempre a lubrificação.


- Use seus polegares para puxar um pouco os tecidos, forçando-os a abrirem-se, imagine como seria se a cabeça do seu bebé estivesse fazendo esse movimento na hora do parto.

 
- Se seu parceiro estiver fazendo a massagem, pode ser muito útil que ele use os polegares. A sensação pode ser mais bem percebida por você, mas não deixe de guiá-lo com suas sensações para que ele saiba qual a pressão que deve utilizar. Nesta massagem, quando ela está sendo feita pelas primeiras vezes, é comum que seja possível usar somente um dedo, até que a musculatura seja trabalhada e possa ser estendida.




ATENÇÃO:


1. Evite mexer no ou abrir o orifício da uretra (logo acima da vagina) para evitar infecções urinárias.


2. Não faça massagens no períneo se você tiver lesões ativas de herpes (isso pode causar o aumento da área das lesões).
3. Pode começar essas massagens em torno da 34a semana de gravidez. Se já passou da 34a semana e ainda não começou, não desista! A massagem pode trazer-lhe benefícios ainda assim. Pode fazê-la pelo menos uma vez por dia.


4. Lembre-se que a massagem sozinha não vai proteger seu períneo, mas ela é parte de um grande esquema. Escolher uma posição vertical para parir (de cócoras, de joelhos, sentada etc.) favorece a distribuição de pressão no períneo. Se escolher parir deitada de lado, isso também reduz muito a pressão no períneo. Deitada de costas, totalmente na horizontal, é a posição para parir em que há mais chances de se provocar lacerações e necessidade de episiotomia.


Fonte: http://pregnancy.about.com
(Tradução da Bart - adaptação para Portugal: Américo Torres - HumPar)


Para saber mais sobre Episiotomia e derivados acessem o blog http://xoepisio.blogspot.com.




Fontes:
http://aquihabebe.blogspot.com/2008/07/massagem-do-perneo.html
http://mamiferas.blogspot.com/2009/09/episiotomia-x-laceracao-ou-normal-x.html
http://www.amigasdoparto.com.br/episiotomia1.html
http:// www.net-bebes.com (imagem de episio) 


Com Carinho: Renata Costa

quarta-feira, 14 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Trajetória

 Olá Amig@s !


  Depois de me conectar com o mundo dos blogs, principalmente blogs das mulheres que estão organizadas (e também desorganizadas!) em rede se manifestando a favor da maternidade ativa,  compartilhando suas vidas, experiências profissionais, afetivas, abrindo seus corações para dividir a profundidade dos sentimentos que emergiram das transformação trazidas pela maternidade, também desabafos e sinceras revelações de injustiças sofridas nos processos de pré, parto e pós parto. Enfim, depois de ler histórias de várias mulheres sejam elas mães ou profissionais, veio-me um sentimento da importância de nesse post, contar um pouquinho da trajetória que percorri pra descobrir um caminho que de fato estava coberto, esperando que eu puxasse o pano para descobri-lo!
 Esse assunto do parto chegou em minha vida quando eu estudava Ciências Sociais na Federal de Santa Catarina, gostava muito da cidade, das pessoas, fiz grandes e eternos amigos. Lá também despertei para a vida espiritual que fez toda diferença na minha maneira de olhar o ser humano. Ainda cursando a ciências sociais mas decidida a seguir na área de saúde, procurei um estagio dentro do Hospital Universitário, queria conhecer a movimentação de um hospital e confirmar a profissão que havia escolhido: enfermagem. Havia uma vaga para trabalhar na recepção, esta qual eu estava quase assinando quandooooo o telefone do departamento pessoal toca e o setor de UTI Neonatal, pede com urgência um escrituário. O assistente social me olha, pega meus papeis e me coloca na UTI-NEO. A essa pessoa sou eternamente grata! rs
E foi lá que tive a primeira aproximação, de fato, com os bebês e as mães.
Uma de minhas funções era organizar o prontuário dos pequenos pacientes e suas mães, ali, continham em siglas e curtos vocabulários técnicos porém abrangentes, o resumo de vidas inteiras!
Sendo um hospital público me deparei com todos os tipos de carências humanas, vi o desespero de mães adolescentes que foram mandadas emboras de suas casas por estarem grávidas, mães aflitas por não ter condições financeiras de sustentar um bebê, mulheres com distúrbios mentais sem condições psicológicas de criar uma criança, mães portadoras de HIV, mães, mães e mães!
E isso tudo foi contribuindo para eu ter mais certeza do queria estudar e fundamental pra estabelecer meu papel de vida na aqui na terra.
Voltei para Jacareí-SP minha cidade natal, aconteceu que os ventos na época não estavam muito favoráveis por aqui e pela forças das circunstâncias, tive que fazer atividades que me desviavam da rota principal.
Quando já estava quase sendo vencida pelo cansaço, tive um encontro com pessoas muito especiais que sem que elas soubessem, estavam colocando de volta em mim o brilho do propósito e me relembrando nada mais nada menos: quem eu era e o que vim fazer. (Hoje eu sei que eu ganhei uma chuva de ocitocina e não tive como não me render!)
Depois desse momento, de reintegração comigo mesma, retomei a jornada! E a lição eterna de que as Estrelas-Cadentes vivem entre nós e até mesmo em um segundo de brilho mostram o caminho do nascimento.


Com Carinho: Renata Costa

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Doula

                                                        Doula e Humanização

Com o crescente diálogo sobre a Humanização da saúde, a humanização do Parto torna-se um assunto de fundamental importância em todo esse processo, Michel Odent em sua frase: “Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer”, nos envolve em uma profunda reflexão política e humanista acerca dos rumos saúde da mulher e sua importância no contexto biopsicossocial.

A doula é uma pessoa capacitada a auxiliar a mulher no pré-parto, parto e pós-parto. A doula zela pelo bem-estar da parturiente, orientando-as para que se sintam mais à vontade possível em seu trabalho de parto, para que ocorra da forma mais natural e tranqüila. Esclarece a futura mãe sobre a fisiologia do parto, fortalecendo suas escolhas a fim de evitar intervenções desnecessárias que faltem com respeito à mulher e a criança.

No trabalho de parto, a doula procura manter a parturiente no controle de todo o processo, sugere posições corporais para que ela se sinta mais confortável, trabalha a respiração e aplica técnicas não farmacológicas como massagem, banhos, atividade na bola, relaxamento e também orienta o companheiro para que ele se integre e auxilie ao máximo esse momento tão maravilhoso.


A doula não realiza o parto, não realiza qualquer procedimento médico e não questiona as decisões da equipe médica.


“A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde de vários países entre eles o Brasil (portaria 28 de maio de 2003) reconhecem hoje apos uma década de pesquisas cientificas a enorme contribuição da presença da doula nesse momento tão significativo e de tão profundas repercussões futuras. Tem se demonstrado que o parto evolui com maior tranqüilidade, rapidez e com menos dor e complicações tanto maternas como fetais. Torna-se uma experiência gratificante, fortalecedora e favorecedora da vinculação mãe-bebê. As vantagens também ocorrem para o Sistema de Saúde, que além de oferecer um serviço de maior qualidade, tem uma significativa redução nos custos dada a diminuição das intervenções médicas e do tempo de internação das mães e dos bebês.” (Fonte: Wikipedia).

*As pesquisas mais recentes demonstram que a participação da doula no parto pode:
Diminuir em 50% as taxas de cesárea
Diminuir em 20% a duração do trabalho de parto
Diminuir em 60% os pedidos de anestesia
Diminuir em 40% o uso da oxitocina
Diminuir em 40% o uso de fórceps.
Embora esses números refiram-se a pesquisas no exterior, é muito provável que os números aqui sejam tão favoráveis quanto os acima mostrados.
*Dados retirados do site Doulas do Brasil



Um pouquinho de História:
A palavra "Doula" vem do grego e significa "mulher que serve". Na concepção moderna, a antropóloga Dana Rapahel foi quem primeiro utilizou o conceito "doula", referindo-se às mulheres que ajudavam as novas mães durante a lactância e o cuidado ao recém-nascido nas Filipinas.

Com carinho: Renata Costa