terça-feira, 15 de março de 2011

Nascer sem pressa

Matéria do Jornal Vale Paraibano
Endereço eletrônico www.valeparaibano.com.br em "Cotidiano"*

Encontrar obstetras dispostos em encarar as longas horas do trabalho de parto não é fácil no Vale do Paraíba; índice de cesarianas na região chega a 49%, acima da média nacional de 35%

Se tempo é dinheiro, nascer sem hora marcada nos dias de hoje é um grande privilégio. Mas a pequena Flora Liz, de apenas quatro meses de idade, teve essa sorte graças à determinação e à coragem de seus pais, Marcela Veiga e Fábio Diniz. Quando souberam da gravidez, eles confiaram o pré-natal a um médico tradicionalista, certos de que o bebê nasceria de forma natural quando estivesse maduro e preparado para vir ao mundo. Porém, no oitavo mês de gestação, tiveram a notícia de que a indicação era de cesariana e acabaram decidindo fazer o parto arriscado em casa, em São José dos Campos, com a ajuda de uma doula (parteira) e uma enfermeira obstetra.
Conta Marcela que, desde o início, o médico se comprometeu a fazer o parto normal. No entanto, faltando um mês para Flora nascer, ele indicou uma cesariana por perda drástica de líquido amniótico. “Fiquei decepcionada. Eu queria ser a protagonista do nascimento do meu filho. Chamei o Fábio, voltamos ao consultório, e o médico frisou que, se não fizéssemos cesariana, estaríamos colocando em risco a vida do bebê. Quando Flora nasceu, vimos que a bolsa ainda tinha bastante líquido”, lembra Marcela.
O que aconteceu no consultório médico com Marcela e Fábio vem se repetindo com inúmeros casais. A busca por obstetras dispostos a encarar um trabalho de parto tem sido missão penosa, não só nas cidades do Vale do Paraíba, mas em todo o Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, 35% dos partos da rede pública são cesarianos, o que representa 80% dos nascimentos em todo o país. Na região, a média é de 49%, enquanto o preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é de, no máximo, 15%. Em 2009, São José realizou 39% de cesarianas, Jacareí, 42%, Taubaté, 33% e Lorena, 83%.
Nos hospitais privados brasileiros, 84% dos nascimentos são feitos com hora marcada, ou seja, com intervenções cirúrgicas. Este cenário se repete nas maternidades particulares de São José e demais cidades do Vale. Para se ter uma ideia, o Hospital São José realizou 938 partos em 2010, dos quais apenas 168 normais (17%).
É consenso entre as gestantes, e profissionais da área também admitem, que isto vem acontecendo porque os médicos de convênios estão sobrecarregados e desmotivados pela baixa remuneração. Os profissionais de consultórios particulares andam com a agenda tão lotada que as pacientes não sentem segurança de que serão atendidas no dia do parto.
O médico Cesar Damasceno, obstetra com 25 anos de experiência e que atende em Jacareí, concorda que o relógio tem pressionado e que muitos profissionais hoje só aceitam fazer cesarianas. “Quando o médico marca o horário do parto, não precisa cancelar compromissos com a família, viagens, e nem a agenda do consultório”, explica.

*No endereço eletronico não havia assinatura do (a) jornalista nem data especificada.

Imagem: google; pressa                                                                                                                    



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

PLANOS PARA CHEGADA DE UM BEBÊ EM 2011?!

Planos para chegada de um bebê em 2011?!

Não tenha dúvidas de que você é capaz de passar por um parto digno, um parto respeitoso, UM PARTO PODEROSO!!!

Dúvidas e incertezas é muito comum, mas o mais comum mesmo, é o MEDO da dor.
Existe uma diferença crucial entre: dor e sofrimento. A dor está dentro de um limiar fisiológico que é tolerável ao nosso corpo, mas quando o sofrimento entra junto ai é que vem os temores.

Uma mulher que está prestes a receber o neném, estando em um ambiente tranquilo em que ela possa se alimentar, se movimentar como é conveniente, na presença do marido ou acompanhante de confiança/doula (ou ambos!), vai se sentir amparada.  Esse amparo é fundamental para o alivio da dor afastando os sofrimentos. Diferente de uma mulher deixada num leito, sozinha, tendo que passar por todas as evoluções do parto sem um amparo sem ao menos uma mão para segurar.

Tem mulheres que sentem dores insuportáveis, outras toleram melhor. Linda e misteriosa natureza humana que faz com que cada corpo possa sentir e consentir de maneira única. O período expulsivo (saída do neném) não é a hora de maior dor, mas sim momentos antes, nas contrações finais e é  justamente nesse momento em que as mulheres pedem anestesia. Sem saber que dali alguns minutos aquela dor vai diminuir.


Ocorre normalmente a chamada cadeia de intervenções (medo-dor-anestesia-... ) que levam à uma cesárea desnecessária. Nisso, envolveu tempo, dor, farmacologia, ane$te$ista e lá se foi a oportunidade... de parir, de sentir, de se entregar à natureza.. DE FAZER FORÇA E SENTIR A FORÇA.

Por falta de opção, por falta da vóz da Mãe ser ouvida dentro do patriarcado. Quem fará isso mudar? Nós mulheres! Que vamos parir, que vamos colocar nossos filhos no mundo dentro de um espaço sagado, dentro de um espaço de amor.

Por isso é que dever ser fortalecido o PLANO DE PARTO (aguardem postagem!)
 Tratam o parto, como algo mecânico e não individualizado sendo esse sistema que vigora, uma "contra-ação" à vida e à espontaneidade.

 Ter um parto normal é um resgate muito grande ao poder do feminino, hoje nós sofremos com TPM, sentimos incomodos com a menstruação... Você ja parou pra pensar porque isso? Porque a nossa dificuldade de lidar com o natural, com os processos da vida e morte?

Todo esse movimento do parto humanizado é para trazer de volta a integridade da mulher, a atenção médica é extremamente importante, a tecnologia também em muitos casos!  Mas quem faz o parto é a mulher e não o médico.

Desde o primeiro momento que você descobre a gravidez,  já é hora de preparar a casa do neném, a casa dele é você! Hora de arrumar, limpar, tirar as "tralhas" psíquicas, afastar as neuroses para poder ouví-lo, para poder recebê-lo. Trazer informações positivas para si. Reformas na "casa" no nível físico, mental, emocional e espiritual.

Para na hora do trabalho de parto, saber trabalhar! Saber o que esta acontecendo com você, com as movimentações fisiológicas involuntárias, porque quando você sabe o que esta acontecendo, você não se assusta (ou pelo menos assusta menos..rs) mantém a presença. O melhor anestésico é estar presente.


E principalmente, a presença daquela pessoa que você mais ama e mais confia te tocando, te acariciando, ajuda a trazer a própria presença. O toque é muito curativo, a massagem, o banho quente (alivia a dor que é uma beleza!) um cheirinho (aromaterapia)... são maneiras de trazer o conforto. É um momento único não é?

Pense nisso!

Trabalhe para seu trabalho de parto.

Com Carinho: Rê



Imagem retirada de www.ciranddadalua.com.br